Conectar

Nos dias de hoje é muito comum ouvirmos falar de conexão, mas o que é realmente estar conectado? Como se manifesta essa sensação em cada um de nós? Como a sentimos?

Nas escrituras mais antigas da filosofia Yogi, cada um de nós é Brahaman - o ‘eu eterno do universo’- além de todas as descrições, classificações ou juízos, cada um de nós é visto como a manifestação do próprio todo.
Se por um lado a ciência nos descreve através da nossa biologia e genética, também já veio reconhecer o impacto do meio à nossa volta.
Comprovaram que o comportamento de um organismo é inseparável do seu ambiente, e se assim é, o próprio ambiente passa também a fazer parte de nós.
A simples descrição do movimento que fazemos com as pernas ao caminhar, envolve o espaço à nossa volta - o chão, um ponto de partida, de referência, uma direção (relativa ao próprio espaço). Sem chão não conseguimos caminhar, portanto, na descrição daquilo que somos e fazemos, está intrínseca, a descrição do mundo que nos rodeia. O indivíduo e o meio onde existe, são então inseparáveis.

Porém, não é comum que nos sintamos dessa forma, mas antes como um conjunto de sensações presas numa embalagem coberta de pele.

Então como podemos experienciar esse estado de conexão interior?
Toda e qualquer prática espiritual propõe-se a trazer-nos de volta a essa consciência una, de conexão inseparável, sempre numa direção dentro-fora.

A proposta do Yoga é a de que nos percebamos a nós mesmos, através de tudo o que existe à nossa volta, mas mergulhando no nosso silêncio mais profundo. Acedendo a um vazio que nos conecta com o espaço, o Akasha - que não se consegue definir ou imaginar, que parece ser nada e é no entanto a fundação do universo.
Se todo o cosmos se expressa em si mesmo, também nós nos manifestamos através da pele, do chão, do ar e do espaço.
Os traços de personalidade, os papéis que desempenhamos na sociedade, ou outra qualquer manifestação não são mais do que aspectos superficiais e estão aquém do nosso ‘eu real’, pois ele é tudo o que existe.

A nossa proposta para este mês, é a de que feches os olhos e escutes.
Conecta-te contigo mesmo!
O que é que realmente consegues ouvir?